ATUALIZADO: 27 de dezembro de 2018
Na última vez que estive em Israel, representando o Brasil na 25ª “Convocação de Todas as Nações em Jerusalém & o Tour de Atalaias de Israel”, com líderes de oração de 150 países do mundo, levantamos um clamor em favor do nosso país. Naquela ocasião profetizamos que o Brasil estaria levando a embaixada para Jerusalém.
Já tivemos um importante sinal desta mudança, agora que o Brasil votou contra os terroristas do Hamas, na ONU, alinhando-se com Israel. Algo histórico na reaproximação do nosso país com a Nação Eleita. Falo a respeito do voto de censura apresentado pelos EUA, contra o grupo radical islâmico.
O Brasil agora passa a ser uma das nações a apoiar a soberania deste povo tão sofrido. Estamos nos reaproximando do “bichinho de Jacó” (Isaías 41.14) e estamos deixando de ser um povo “amaldiçoado” pela atitude dos nossos governantes. É isso que a vitória de Bolsonaro representa, principalmente por conta de sua promessa de reconhecer o status de Jerusalém como capital de Israel.
É preciso lembrar que ano de 1943, uma sessão decisiva da Assembleia Geral das Nações Unidas confirmava o renascimento de Israel como nação, por meio do Plano de Partilha da Palestina. Decisão que foi presidida pelo brasileiro Oswaldo Aranha, diplomata que chefiava a delegação brasileira na então recém-criada Organização das Nações Unidas (ONU).
Em maio, Israel celebrou os 70 anos desde a sua independência como Estado, garantindo a soberania do povo judeu sobre a Terra Prometida, entregue por Deus ao patriarca Abraão (Gênesis 15.17 – 21). Algo que tornou-se um marco na história de Israel, que após 2000 anos longe do seu território de origem, retorna para tornar-se um Estado, soberano em todos os sentidos.
Para lembrar o tamanho da importância desta decisão, precisamos lembrar que no final da Primeira Guerra Mundial, a região sob domínio do Império Otomano, passou a ser controlada pelo Reino Unido, que recebeu o mandato através da Liga das Nações. Naquela época já havia na região uma população de 1 milhão de palestinos e 100 mil judeus, oriundos das primeiras migrações judaicas ou Aliá, como chamada no termo judaico.
Por isso, ao assumirem o território, os britânicos propuseram dividir a área em quase 80% para a criação de uma entidade árabe, chamada Transjordânia (futura Jordânia). Os 20% restantes seriam destinados à criação de um território judeu. Mas os árabes não aceitaram a proposta, o que impediu o primeiro plano de partilha.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, o genocídio dos Nazistas contra os judeus, resultando em 6 milhões de mortos, criou um sentimento de dever moral do ocidente em oferecer aos judeus um território. Esse plano teve início a partir das duas potências emergentes, Estados Unidos e União Soviética.
Foi quando o Plano de Partilha da Palestina foi votado em uma importante sessão, na qual o Brasil teve um papel fundamental. A decisão devolveu aos judeus o direito a ter um lar, a ser um povo soberano. Algo que certamente trouxe grandes dádivas aos brasileiros diante de Deus. Conforme a promessa de Deus em Gênesis 12.3, que diz: “E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem”.
O nome do diplomata brasileiro dá nome a uma praça em Israel, em sua homenagem. Já estive por muitas vezes naquele loca, mas nos últimos anos com uma certa vergonha, por conta do posicionamento do governo brasileiro, que constantemente vinha se colocando contra Israel.
A bênção da promessa de Deus vinha sendo usurpada por partidos de esquerda, que buscaram uma política externa de inimizade com Israel, apoiando regimes totalitários islâmicos e terroristas antissemitas. Algo que ficou evidente principalmente nos mandatos de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva.
Foi Dilma Rousseff, aliás, quem rejeitou o embaixador de Israel em 2015, me levando a profetizar o fim de seu governo. Pouco tempo depois ela sofreu o impeachment, deixando o cargo mais alto. Sem falar na política adotada durante as assembleias da ONU, nas quais o Brasil sempre se colocava contrário aos interesses dos judeus.
Durante um encontro com o Ministro das Comunicações de Israel, Ayoub Kara, em março, cheguei a pedir perdão as autoridades israelenses pela atitude hostil do governo brasileiro. Na ocasião, enfatizei que a posição do governo não refletia a opinião da população brasileira, que sempre teve amor e respeito por Israel.
Essa minha atitude é motivada pela profecia em Isaías 62, que traz animo e esperança. As palavras de Isaías nestes versículos têm sido as minhas palavras, pois nas últimas décadas não me canso de promover Jerusalém e defender Israel como se fosse minha própria pátria terreal. O zelo e desejo que ardem nestes versículos também insuflaram o meu coração, me levando a orar incansavelmente por Israel.
Lá está escrito: “Por amor de Sião não me calarei, e por amor de Jerusalém não me aquietarei, até que saia a sua justiça como um resplendor, e a sua salvação como uma tocha acesa… Coloquei sentinelas em seus muros, ó Jerusalém; jamais descansarão, dia e noite. Vocês que clamam pelo Senhor, não se entreguem ao repouso, e não lhe concedam descanso até que ele estabeleça Jerusalém e faça dela o louvor da terra” (Isaías 62.1,6-7).
Sempre que leio estes trechos tão preciosos da Palavra de Deus, eu sei que a vontade de Deus é para que o povo cristão apoie Israel, ore e fale em defesa dos judeus, conforme podemos ler no versículo 7 de Isaías 62: “[…] e não lhe concedam descanso até que ele estabeleça Jerusalém e faça dela o louvor da terra”.
Após tantos atos proféticos, realizados pelos apóstolos e profetas promover diálogos com autoridades israelenses, orar pela transformação de nosso país, pressionar os parlamentares, profetizar o fim destes governos corrompidos, estamos vendo o Brasil tomar um novo rumo na política externa, caminhando para um novo tempo.
A Palavra de Deus nos diz que Jerusalém “é uma terra da qual o Senhor, o seu Deus, cuida; os olhos do Senhor, do seu Deus, estão continuamente sobre ela, do início ao fim do ano” (Deuteronômio 11.12). Por isso, à medida que nos reaproximamos daquele povo, tomando uma posição de justiça e verdade, também estamos sendo observados pelo Eterno.
Concluo afirmando que esse é apenas o primeiro passo que temos em direção da nossa regeneração. O começo da reaproximação de duas nações que se amam, apesar do histórico de decisões erradas dos governos brasileiros. Sabemos que isso irá resultar em algo grandioso no mundo espiritual.
Por Joel Engel, pastor, líder do Ministério Engel, em Santa Maria (RS) e fundador do Projeto Daniel, que ajuda crianças órfãs em países da África.