O Bezerro de Ouro: a violação da aliança

A ausência de Moisés no arraial foi usada como desculpa pelo povo hebreu para quebrar a aliança feita com Deus.

FONTE: SHOFAR POST

ATUALIZADO: 5 de julho de 2018

Bezerro de ouro

Segundo o calendário judaico, no ano 2448, em 16 de Tamuz, o povo de Israel quebrou a aliança feita com o Senhor, fundindo um ídolo para adorar no arraial. Essa data corresponde, em 2018, ao dia 29 de junho e pode ser observada pelas muitas lições que podemos aprender a partir deste acontecimento.

Depois da saída do Egito e do escape através do mar Vermelho, o povo israelense viajaram pelo deserto, chegando finalmente aos pés do Sinai, a montanha de Deus. Naquele local eles receberam a Torá, as instruções divinas e fizeramuma promessa de obediência ao Todo Poderoso. “Tudo o que o Senhor tem falado, faremos”, prometeu o povo (Êxodo 19.8).

O Senhor então faria daquele povo “reino de sacerdotes e nação santa (Êxodo 19.6). Para isso, o povo deveria se consagrar (Êxodo 19.10), pois Ele desceria no cume do monte, revelando a Sua glória diante de todo aquele povo. Dessa forma, Deus entrega a Moisés todos os estatutos que o povo deveria observar.

Em consequência disso, o povo hebreu voltou a prometer fazer “todas as palavras que o Senhor ordenou” (Êxodo 24.3). Por isso, ao receber a ordem do Senhor, Moisés volta a subir ao monte, mas desta vez para um período maior diante de Deus. O líder receberia do Senhor as instruções para os serviços do Tabernáculo.

Durante quarenta dias e quarenta noites, Moisés ficou no alto do Sinai, recebendo as instruções do Senhor e estudando a Torá com o Todo Poderoso. Deus já havia se revelado ao povo e outorgado a Torá, e o povo havia prometido obediência, formando uma aliança com o Eterno.

Em consequência da ausência de Moisés, o povo viola a aliança feita com Deus, exigindo de Arão um deus para eles adorarem. O povo diz a Arão: “Faze-nos deuses que irão adiante de nós, porque a este Moisés, o homem que nos fez subir da terra do Egito – não sabemos o que lhe aconteceu” (Êxodo 32.23).

Esse pedido revela como a memória do povo pode ser curta, não havendo um líder diante de Deus para instruí-los e guiá-los. Os israelenses haviam prometido adorar somente ao Senhor (Êxodo 24.3) e haviam sido lembrados a respeito desta aliança (Êxodo 20.23; 23.13 e 14), mas se desviaram assim que sentiram a ausência de Moisés.

Eles usaram a ausência do homem de Deus para quebrar a aliança e se desviar dos estatutos. Muitas pessoas podem ter o comportamento semelhante ao do povo hebreu, eles precisam estar sempre sob supervisão, pois na primeira oportunidade se desviam e deixam de seguir as doutrinas bíblicas.

Sei de muitas histórias de pessoas que estavam recebendo uma cobertura espiritual, mas na primeira ausência do seu discipulador, eles se afastam da cobertura e passam a praticar o contrário daquilo que foram instruídos. Geralmente essas pessoas usam como desculpa o fato de não terem sido atendidas na hora ou a ausência do homem de Deus.

Em virtude da ausência de Moisés, que estava diante de Deus no alto do Sinai, o povo exigiu de Arão um ídolo, um deus para eles adorarem. Recolhendo todos os pingentes e brincos, Arão então confecciona um “bezerro de ouro” para ser adorado por aquele povo. Uma oferta valiosíssima foi entregue para confecção do ídolo.

Enquanto o povo preparava seu ídolo, Moisés era informado pelo Senhor de que a aliança havia sido quebrada. “Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste subir do Egito, se tem corrompido”, anunciou o Senhor a Moisés (Êxodo 32.7). Sugerindo por fim a todos aqueles que saíram do Egito, levantando uma nova geração a partir de Moisés.

Porém, como todo o líder que ama seus filhos espirituais, Moisés clama pela misericórdia do Senhor, lembra as promessas feitas a Abraão, Isaque e Jacó, pedindo que o povo fosse preservado. A Palavra de Deus diz que “Moisés suplicou ao Senhor, seu Deus”, intercedendo em favor do povo hebreu (Êxodo 32.11).

O verdadeiro homem de Deus sempre irá interceder em favor daqueles que estão debaixo da sua cobertura. Por mais desafiador que seja para nós, líderes, pastores, apóstolos e bispos, as almas devem sempre receber nossas orações, mesmo quando eles se afastarem completamente daquilo que o Senhor determinou, precisamos continuar amando e intercedendo.

Em vista dos argumentos apresentados por Moisés, o Senhor então decide manter aquele povo vivo, poupando aqueles que ainda se mantinham fiel diante Dele. Em Êxodo 32.14 está escrito: “Então o Senhor arrependeu-se do mal que dissera que havia de fazer ao povo”.

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